Na área da engenharia, a acessibilidade em obras tem se tornado um tema cada vez mais relevante e necessário. A garantia de que espaços e infraestruturas sejam projetados e construídos levando em consideração as necessidades de todas as pessoas, incluindo aquelas com mobilidade reduzida ou deficiências, é um passo crucial para promover a inclusão e a igualdade na sociedade.
Pensando nisso, o painel da 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) abordou o tema “Acessibilidade em Obras na Engenharia”, realizado na tarde desta quinta-feira (10/08), no Auditório Churrasco, no Serra Park, em Gramado-RS. A primeira palestra foi sobre “Acessibilidade em edificações”, ministrada pelo eng. civ. Daniel Faganello (especialista em Acessibilidade). O painel foi moderado pelo vice-presidente do Confea, eng. eletric. Evânio Nicoleit.
Na sua apresentação, Faganello exibiu o universo da acessibilidade nas edificações existentes. “As novas edificações devem seguir integralmente as normas, mas nós, profissionais, devemos pensar também nas já existentes para poder adaptá-las de forma correta, através do estudo e da análise da edificação e de seu entorno”, disse.
O palestrante também falou sobre a conscientização do profissional sobre o tema. “O profissional deve se conscientizar, ele é o principal responsável pela inclusão da pessoa com deficiência, através da correta aplicação das normas técnicas”.
Prédios públicos
Como segunda parte do painel de acessibilidade tivemos o arquiteto e urbanista Rodrigo Abreu de Freitas Machado, coordenador-geral de Acessibilidade e Tecnologia Assistiva – MDH. Com a palestra “O desafio de garantir acessibilidade nos prédios públicos”, ele apresentou as dificuldades e desafios para garantir a acessibilidade nas edificações públicas, colocando esse tema como oportunidade de mercado para os profissionais da engenharia civil.
“Dividimos um momento de conscientização sobre a importância da acessibilidade, e precisamos acessos sem barreiras a prédios e espaços públicos. Esse nicho é uma oportunidade de mercado para o profissional da engenharia civil”, frisou Machado. O palestrante ainda informou que o gov.br disponibiliza o Manual de Adaptações e a Coleção de Normas ABNT de Acessibilidade gratuitamente, além de outros recursos úteis, confira abaixo:
Manual de Adaptações de Acessibilidade | https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/pessoa-com-deficiencia/p….
Coleção de Normas ABNT de Acessibilidade
Curso de Acessibilidade em espaços de uso público no Brasil
Curso de Acessibilidade em espaços edificados de uso público
Curso de Acessibilidade em espaços urbanos
Transportes
No fechamento do painel, tivemos a eng. civ. Estefânia Quirla Bordin, coordenadora adjunta do Plano Viário para Joinville/SC, com a palestra “Acessibilidade no planejamento urbano e de transportes”. A palestrante ressaltou que a acessibilidade não beneficia apenas as pessoas com deficiência, mas também a população em geral. Rampas de acesso, por exemplo, são úteis não apenas para cadeirantes, mas também para pessoas com carrinhos de bebê, idosos e aqueles temporariamente com dificuldades de locomoção devido a lesões ou outras condições.
“A engenharia é responsável por desenhar as cidades e as ruas, principalmente a geometria das vias e os espaços que os perdestes utilizam, desde praças, parques, calçadas e travessias. E hoje a gente tem um arcabouço de legislações super importantes que trazem a questão da acessibilidade e inclusão, com o acesso super fácil e rápido”, frisou Bordin.
A acessibilidade em obras engloba uma série de medidas e adaptações que visam permitir que todas as pessoas, independentemente de suas limitações físicas, sensoriais ou cognitivas, possam usufruir dos espaços públicos e privados de forma autônoma e segura. Isso vai além de simplesmente cumprir normas técnicas; trata-se de reconhecer a diversidade humana e garantir que todos tenham oportunidades iguais de participar plenamente na vida social.
Em um mundo cada vez mais consciente da importância da inclusão, a acessibilidade em obras na engenharia é um aspecto fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Segundo a engenheira civil, ao considerar as necessidades de todos os cidadãos, independentemente de suas habilidades físicas ou cognitivas, a engenharia não apenas cria estruturas físicas, mas também constrói pontes que unem pessoas e oportunidades.
Reportagem: Daniel Lobato (Crea-AC)
Edição: Henrique Nunes (Confea)
