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Presidentes, conselheiras e diretoras: mulheres avançam no Sistema


Presidente reeleita do Crea-RS, eng. amb. Nanci Walter, durante ação com estudantes da rede pública gaúcha na 78ª Soea. Créditos: Marck Castro/Arquivo Confea/Divulgação

As eleições gerais do Sistema Confea/Crea e Mútua, realizadas pela primeira vez pela internet em 17 de novembro, com a participação recorde de mais de 141 mil profissionais, comprovam um aumento significativo na representação das mulheres nos cargos eletivos dos Creas, do Confea e da Mútua. Oito presidentes de regionais, duas novas conselheiras federais e ainda cinco diretoras gerais e oito diretoras administrativas das Mútuas – Caixas de Assistências dos Profissionais dos Creas e do Confea foram eleitas. Posteriormente, houve ainda as eleições para as diretorias financeiras da Mútua com cinco eleitas.

Fundadora da Rede Mulher Empreendedora e do Instituto RME, Ana Fontes; representante do Comitê Gestor do Programa Mulher no Confea, eng. mec. Michele Costa; coordenadora do Programa Mulher do Crea-SP e presidente da Fameag, eng. civ. Poliana Krüger; e presidente Joel Krüger, durante a Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) de Goiânia, em 2022

A eleição representa a continuidade de uma tendência já verificada durante as eleições de 2020, quando sete presidentes haviam sido eleitas. Recentemente, a criação da Federação de Associações de Mulheres da Engenharia, Agronomia e Geociências – Fameag valorizou ainda mais esse processo. As eleitas entrevistadas atribuem esse avanço à ampliação do Programa Mulher no Confea e nos regionais. 

“É um grande prazer poder acompanhar a evolução da participação feminina no Sistema Confea/Crea ao longo dos últimos anos. Comparando ao início da nossa gestão, em 2018, acreditamos que a evolução foi muito grande, tanto em termos de participação nos plenários e nos Regionais e nas Mútuas, como também na aproximação da identificação das profissionais com o Sistema e na reciprocidade estabelecida entre os profissionais do sexo masculino, que estão mais conscientes do papel das profissionais para o Sistema Confea/Crea. Acredito que a instalação definitiva do Programa Mulher possa ter sido o passo mais efetivo para a consagração desse processo, que encontra novas frentes sendo definidas em todo o país”, considera o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger.

Saldo positivo
Para a presidente reeleita do Crea-RS, eng. amb. Nanci Walter, “o estado mais machista do país”, quarto em número de profissionais registrados (70 mil) ganhou com a equidade de gênero incentivada nos últimos anos. “Embora ainda não tenhamos alcançado o índice nacional de 20% de participação feminina, somos 18% dos 70 mil profissionais registrados, acredito que o saldo seja positivo e um dos símbolos desse momento é a criação do Crea-Júnior, possível apenas no início deste ano. Temos uma coordenadora adjunta, o que já representa um início significativo para uma entidade que fará essa aproximação com os acadêmicos”, diz a gestora, defendendo a equidade sem segregação e valorizando a atuação das sete presidentes em atuação no Sistema no último triênio como fator para o incremento desta participação nas eleições deste ano, referindo-se inclusive a candidatas não eleitas.

Mãe de uma acadêmica de engenharia civil, recém formada em Arquitetura e Urbanismo, Nanci Walter pondera que até este ano ainda não havia sido possível constituir uma diretoria com equidade de gênero no regional. E descreve seu ponto de vista sobre a atuação feminina no Crea-RS e no Sistema. “A gente não fica na disputa de querer ser melhor que os colegas. A gente precisa se esforçar mais para mostrar que é mais eficiente, temos que mostrar mais trabalho. Ainda existe isso. As cobranças são diferentes, em relação a outros engenheiros, por ser engenheira nesta função”. 

A contribuição do Programa Mulher é destacada pela presidente como uma “ferramenta de comunicação com os Creas”, que precisa alcançar ainda mais o universo feminino, mas também o universo masculino. “É um programa indutor que veio do Federal pronto para a gente buscar outros meios de comunicação com as escolas. Está em amadurecimento”, diz, destacando a atuação, durante alguns anos, do funcionário do Crea-RS, eng. quim. Marino Greco, no Comitê Gestor do Programa Mulher, no Confea.

“Podemos ter um momento de fala e de inserção em outras pautas. Precisamos ter essa ferramenta de comunicação com qualquer outra entidade. Isso facilita o engajamento até mesmo com meninas em escolas”, diz, destacando a abordagem desenvolvida durante a 78ª Soea, em Gramado, em 2023, e considerando que, ao representar o Colégio de Presidentes no Comitê, em 2021, ela se comprometeu que todos os Creas viessem a participar do Programa, dobrando a quantidade até então. “E consegui”, frisa.

“Gosto de agregar. Sempre considero que o nosso Sistema precisava amadurecer, por isso o Crea não havia tido nenhuma mulher na presidência. A gente não faz um trabalho sozinha ou sozinho. A mulher tem esse perfil de agregar”, diz, elogiando a atenção da astronauta e engenheira mecânica Aprille Joy Ericson que “estendeu sua solidariedade às meninas carentes do Rio Grande do Sul” durante a Soea. Em continuidade à atuação do regional durante a Semana Oficial, Nanci Walter se compromete a ir além da valorização do ensino médio. “Estar presente no ensino médio e na colação de grau é nossa obrigação, mas não basta. Agora, nosso público-alvo tem que ser o oitavo, o nono ano e ainda mais para trás. Temos que construir uma comunicação disruptiva com esse público de crianças e adolescentes, fora da nossa caixinha”.

Entre os desafios para a ampliação da participação feminina no Crea-RS, está a dificuldade em formar uma diretoria paritária. “Apenas nesse último ano consegui ter uma geóloga e uma engenheira e os outros dois colegas engenheiros. Porque são poucas mulheres nas câmaras especializadas para compor a diretoria e algumas estavam em posição de coordenadoras das suas respectivas câmaras. A gente tem que incentivar cada vez mais a participação nas instituições de ensino e nas entidades para que venha para o Crea. Mas nós aumentamos o número de inspetoras, hoje são cerca de 33%. Nós agora vamos ter um indicador sobre essa participação feminina no Conselho”, diz.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

 

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