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Pesquisadores apontam falhas no uso do Sistema de Plantio Direto


Eng. Volney Viau abriu o evento que abordou o uso do plantio direto para a gestão do solo. Créditos: Vilson Wagner / Aguatonica Informação Estratégica

A Associação dos Engenheiros Agrônomos de Ijuí (Apaju) realizou na sexta-feira, dia 25 de setembro, mais uma edição do ciclo de debates "Fronteira do Conhecimento", quando promoveu o 1º Seminário de Gestão do Solo e da Água em Plantio Direto. O evento aconteceu no auditório da Associação Comercial e Industrial de Ijuí (ACI) e contou com a presença de estudiosos renomados no setor, como palestrantes, além de Engenheiros Agrônomos e Técnicos Agrícolas como espectadores. “Foi um evento importante, em que trouxemos os profissionais do setor para repensar a técnica do plantio direto, que apesar de ser uma excelente alternativa, não pode ser vista como definitiva e precisa sempre ser melhorada”, comenta o presidente da associação, Volney Viau.

O primeiro palestrante foi o Engenheiro Agrônomo José Denardin, pesquisador da Embrapa Trigo Passo Fundo, que abordou o tema “Agricultura Conservacionista e Disponibilidade de Água”. Denardin criticou a forma como o produtor vem usando o plantio direto, onde está se utilizando muita química e não se está formando material orgânico. “A formação da fertilidade do solo depende das plantas cultivadas, do material orgânico existente e principalmente da atividade biológica no solo, relação que não está ocorrendo corretamente por erros nas culturas”, avalia Denardin, criticando o uso intercalado das mesmas plantas nas áreas produtivas, principalmente soja e trigo. “O modelo de produção define a qualidade da estrutura do solo”, salienta o pesquisador.
O segundo palestrante do dia, Edemar Streck, Engenheiro Agrônomo da Emater-RS seguiu na linha do mau uso do solo ao abordar a “Conservação do Solo no Planalto: Propostas e Ações Regionais”. “Nós estamos utilizando a mesma tecnologia do Sistema de Plantio Direto, apropriado para área de terra vermelha, em áreas mais dobradas, onde há solos pedregosos, rasos, e deveria se intensificar o uso das práticas conservacionistas para a conservação da água”, alerta. “Nas áreas de terra vermelha também temos problemas de manejo, com a compactação e a erosão, falta de diversificação de culturas e áreas de pousio principalmente no período de março, então, temos que melhorar o sistema como um todo”, acrescenta. Streck ainda vê o terraço como necessário, apesar de muitos produtores e agrônomos pensarem o contrário. “O terraço é uma prática onde você consegue reter a água e mais os solutos – adubos, fertilizantes, inseticidas e herbicidas – funcionando como uma espécie de filtro para que eles não cheguem aos mananciais hídricos”, comenta.

Ao final, o produtor e Engenheiro Agrônomo Edi Verner trouxe algumas experiências que desenvolve em sua propriedade e os palestrantes e presentes realizam um debate, mediados pelo presidente Volney Viau. “Acreditamos que alcançamos o nosso objetivo inicial, que foi trazer o tema ao debate e alertar para os problemas que ainda existem no sistema de plantio direto e, a partir disso, vamos buscar contribuir para a formação de ações e políticas públicas que ajudem a preservar o solo e água, o que atinge a sociedade de diferentes formas”, analisa Viau.
Além da Apaju, o evento contou com o apoio da Embrapa Trigo, Emater-RS, Deag/Unijií, Sargs, Atargs e CREA-RS. Estava prevista a presença do secretário estadual de Agricultura, Ernani Polo, o que não ocorreu em razão de outros compromissos assumidos. 

Fonte: Aguatonica Informação Estratégica

 

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