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Pela integração das demandas da Engenharia Civil


Créditos: Arquivo Confea

A partir desta quinta (14), engenheiros civis de 15 países (Brasil, Angola, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Costa Rica, Cuba, Espanha, Guatemala, Moçambique, Paraguai, Portugal, Uruguai e México) darão início à programação oficial do 10º Encontro do Conselho das Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua Portuguesa e Castelhana (CECPC), no Rio de Janeiro.

Na reunião prévia da direção do CECPC, mantida durante a noite desta quarta, no Windsor Guanabara Hotel, foram antecipadas algumas discussões. Entre elas, a definição de Cartagena (Colômbia) como a próxima sede do evento, em 2020, em substituição a Angola, que promoverá o evento agora em 2022. Mas o ponto fundamental foi a proposta, encaminhada pelo presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc), Francisco Ladaga, no sentido de promover um debate mais profundo sobre a realidade da engenharia civil em todos os países-membros do Conselho. A Abenc representa o Brasil no Conselho ao lado do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

“Precisamos conhecer em profundidade como está a engenharia em outros países e a valorização profissional do engenheiro civil, gostaria de conversar com todos sobre isso”, comentou Ladaga, sendo incentivado pelo presidente Joel Krüger e pelo Bastonário da Ordem de Engenheiros de Portugal, Carlos Mineiro Aires.

“No caso brasileiro, temos tido também uma pressão muito grande em relação ao Ensino a Distância integral, o que está nos trazendo sérios problemas e desqualificando a formação da engenharia brasileira. Isso está saindo do controle. E também sofremos uma pressão muito grande da sociedade porque têm ocorrido muitos problemas em obras, em decorrência da prática de não aplicar as boas práticas de engenharia, como no incêndio do Museu Nacional, a represa em Minas Gerais ou ainda os incêndios do Flamengo e da boate Kiss”, disse o presidente do Confea, sugerindo que os próximos encontros mantenham uma programação mais intensa, na linha do posicionamento do presidente da Abenc. “Para que a gente possa aproveitar a mobilização de tantos especialistas, talvez fazendo um dia a mais para que cada país possa trocar experiências sobre temas específicos”, acrescentou.

Problemáticas universais

“O que pode acontecer hoje no Brasil, pode acontecer em qualquer outro país. A gente não soube ver esse problema que é unido a todos. Não podemos fazer o jogo do corporativismo do país, mas fazer o jogo da Engenharia Civil.  Precisamos discutir um pouco os problemas da engenharia civil porque os problemas acabam se internacionalizando, como é o caso do Ensino a Distância, que é um problema assustador no Brasil”, considerou Ladaga.

Mineiro concordou e colocou que esses temas poderão vir a ser discutidos pelo colegiado. “Em Portugal, onde temos nossa infraestrutura praticamente feita, muitos olham a engenharia civil como uma atividade que gasta muitos recursos. Vamos eleger então dois temas para debater. Quando olhamos para o mundo, vemos que está tudo para fazer. E a profissão da Engenharia Civil é fundamental para os próximos anos”.

“Fizemos parte da equipe original que fundou este Conselho e é muito importante seguir colaborando”, disse a representante paraguaia, Maria Teresa Pino, presidente da União Pan-Americana de Asociações de Engenheiros (Upadi), sugerindo ainda a importância de renovar a participação dos engenheiros nas associações de engenharia, em ponto confirmado também pelo Bastonário.

“As organizações precisam unir-se para estabelecermos regras e definimos a importância de apresentar sugestões para os nossos países. Por exemplo, o ensino a distância. Nenhum engenheiro formado sem esse mínimo de cinco anos de formação presencial poderia ser aceito para trabalhar em nossos países. Por isso precisamos fortalecer nosso grupo, trabalhando como bons engenheiros, com metas concretas e planejamento. Temos que definir isso e impulsionar como um plano de trabalho concreto”, acrescentou Maria Teresa Pino, novamente sendo complementada por Mineiro, que fez alusão à dificuldade de o Parlamento português entender a importância da engenharia para o desenvolvimento do país.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

Fotos: Jônatas Padilha/Confea

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