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Siderurgia Nacional para Geração de Energia Eólica


Créditos: Arquivo CREA-RS

Primeira mulher a assumir como CEO nos quase 120 anos de história da siderurgia Gerdau, a Eng. Michele Robert foi a quarta convidada da série Mulheres que Fazem a Diferença. Evento promovido pelo CREA-RS em homenagem ao mês da mulher. Em palestra transmitida ao vivo pelo Youtube do Conselho, na terça-feira (23), a Eng. Michele falou sobre o trabalho à frente da Gerdau Summit, joint venture voltada ao fornecimento de peças para a geração de energia eólica, administrada em conjunto com as japonesas Sumitomo Corporation e Japan Steel Works (JSW).

O coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica, Eng. Mec. Luciano Grando, abriu o evento, destacando o trabalho da Câmara Especializada, que tem 13.124 profissionais vinculados, iniciada em 1968, e já soma, desde então, 163 mil Reuniões Ordinárias.

Eng. Michele Robert iniciou falando sobre a importância do Brasil no mercado internacional de peças para o setor da energia eólica, e dos desafios da empresa em buscar maior competitividade. Na produção de cilindros a Gerdau Summit já exporta cerca pouco mais de 60% da produção, principalmente para países da América do Norte e Europa. “Estamos buscando ajudar a indústria brasileira a desenvolver mais fornecedores locais do mercado eólico e buscando fomentar a formação de mão de obra especializada e qualificada para o setor”, destacou. Também apresentou o esforço de diversificação para outros setores com produção para as indústrias da cana de açúcar, mineração e motores elétricos e turbinas.

Aos estudantes de Engenharia ressaltou que “não desistam”, apresentando, em seguida, a sua equipe, composta por engenheiros, desde o lado da pesquisa até da tecnologia comercial. “É bom ver as disciplinas das Engenharias atuando no mundo coorporativo em vários pilares.” Assim, falou um pouco sobre os escritórios da Gerdau Summit, dizendo que o foco é o mercado local, mas que a empresa compete também no mercado internacional.

Abordou, ainda, a parceria com a Gerdau SA, como fornecedora, e com os diversas universidades e institutos de tecnologia do País, como a PUC-RJ, a Universidade Federal do Paraná, a Poli, em São Paulo, entre outros. “Nós focamos em parceiros que vão nos ajudar em escala de piloto, podermos dar reprodutividade, sempre pensando na aplicação e nas necessidades dos clientes”, explicou. “Precisamos dessas pesquisas para resolver o problema do nosso cliente hoje e conseguirmos uma aplicação e um produto com produção em escala.”

Depois referiu sobre cada setor de atuação da Gerdau Summit, citando os processos de fabricação de cada uma das peças que desenvolvem paras as indústrias da energia eólica, cana de açúcar, mineração e de motores elétricos e turbinas a vapor. “Um dos nossos desfios é sempre melhorar o processo antigo de fundição, superar em qualidade, atualizar as máquinas e qualificar a mão de obra com foco na sustentabilidade e meio ambiente. São temas não tão fáceis de resolver, mas sempre vamos tendo progressos anuais.”


Mercado Eólico
Encerrando sua apresentação,  a Engenheira fez um breve relato do mercado eólico no Brasil, relatando estar o País atualmente em sétimo no lugar em termos de capacidade instalada, com 15 gigawatts de geração de energia pelo vento. No mundo a capacidade instalada está em 621 gigawatts. “Em 2012 estávamos no 15º lugar. No Brasil, hoje a energia eólica corresponde a 10% da matriz energética. E, conforme estudos sobre os ventos do Atlas Eólico, o Brasil tem capacidade onshore (terretre) de 880 gigawatts”, ressaltou. “Temos muito potencial, mas também desafios a serem pontuados”, continuou explicando que a meta é chegar a 28,6 gigawatts até 2024.

Falou, também, da evolução tecnológica do setor. “Anteriormente uma turbina eólica gerava 2 quilowatts-hora, hoje gera mais de 5 quilowatts. Temos torres de mais de 170 metros e pás com 70 metros.” Mas, explicou, é preciso pensar em toda a logística necessária para montar um parque eólico, desde a tecnologia das máquinas que fabricam as peças, passando pela cadeia de insumos, até o transporte para Estados do Nordeste, hoje em dia os principais geradores de energia eólica, das empresas que estão instaladas no Sul e Sudeste. Citou também a capacitação de mão de obra, fortalecimento da cadeia produtiva brasileira, desafios na área ambiental e, principalmente, ter competitividade. “Hoje temos uma regra sobre a porcentagem de conteúdo local na cadeia eólica, mas dizem que isso vai ser flexibilizado, e até lá temos que ter um produto que atenda em qualidade e preço. Temos foco nessa questão.”

Programas

A série "Mulheres que Fazem a Diferença" apresentará a Engenharia, a Agronomia e as Geociências, através de temas como Mulheres no Sistema Confea/Crea; Projetos Socioambientais e ODS; Engenharia a Serviço da Saúde; Manejo de Gramados Esportivos; Siderurgia Nacional para Geração de Energia Eólica; Avaliação e Tributação Imobiliária; Pioneirismo da Geologia no Brasil; Armamento Químico e Engenharia Segura.

Ao total serão oito profissionais falando de suas experiências profissionas. Confira a programação completa.

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