Notícia
Questões ambientais atmosféricas foram discutidas durante 77ª Soea
eng. quím. Damaris Pinheiro, professora da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Créditos: Arquivo CREA-RS
Os impactos ambientais sofridos nesse momento e previstos para o futuro têm grandes consequências para a humanidade. A cada momento, se perde em qualidade de ar, água e solo. Para debater sobre este importante tema durante a Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia, no dia 4 de outubro, foram convidados os especialistas eng. quím. Damaris Pinheiro, professora da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, e meteorol. Lucas Vaz Peres, professor da Universidade Federal do Oeste do Pará – Ufopa. A moderadora foi a presidente do Crea-AL, eng. civ. Rosa Tenório.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2022, a poluição do ar mata cerca de sete milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano. Em 2021, 99% da população mundial vivam em lugares que excediam os padrões de qualidade do ar da OMS. Fazendo um parâmetro, Damaris apresentou como o meio ambiente impacta nossa saúde. “As pessoas estão expostas a fatores de risco em suas casas, locais de trabalho e comunidades onde vivem”.
Durante a palestra, Damaris exemplificou sobre as possíveis soluções para reduzir esses impactos, como o uso mais eficiente de energia, maior uso de energia não carbono e baixo-carbono, aumentar os sumidouros de carbono, mudanças no estilo de vida e comportamento. “É preciso tornar o modo de vida mais sustentável, descobrir e utilizar novas fontes de energia, substituir as formas de consumo por alternativas menos impactantes. É uma lição de casa para todos nós”, reflete Damaris.
Frente às mudanças climáticas, o trabalho dos engenheiros e meteorologistas é reduzir os impactos. A especialista propõe algumas medidas de contenção, como, por exemplo: adotar, revisar, implementar padrões nacionais de qualidade do ar de acordo com as diretrizes de qualidade do ar; monitorar a qualidade do ar e identificar suas fontes de poluição; apoiar a transição para o uso exclusivo de energia limpa em casa para cozinhar, aquecimento de iluminação; construir sistemas de transporte público; aplicar normas rigorosas sobre emissão/ eficiência veiculares e tornar obrigatória as inspeções/ manutenções de veículos; investir em sistemas eficientes de habitação e geração de energia; melhorar a gestão de resíduos industriais e municipais; e incluir a poluição do ar nos currículos dos profissionais de saúde.
“A importância dos engenheiros e meteorologistas é aprender a adaptar e mitigar as mudanças climáticas. Precisamos utilizar os recursos naturais do planeta de forma mais eficiente e inteligente, temos um longo trabalho pela frente”, concluiu.
Lucas Vaz Peres apresentou o Observatório Atmosférico da Amazônia e a importância do monitoramento ambiental em face das mudanças climáticas. O trabalho é parte da sua tese de doutorado em Meteorologia pela UFMS, cujo tema é o “Monitoramento da coluna total de ozônio e a ocorrência de eventos de influência do buraco de ozônio Antártico sobre o sul do Brasil”, e analisa os resultados obtidos a partir do monitoramento da Coluna Total de Ozônio (CTO) realizado no Observatório Espacial do Sul – OES (29,26 ° S, 53,48 ° e 488 m de altitude), entre 1992 e 2014 através de três sucessivos espectrofotômetros Brewe (aparelho cuja função é medir e comparar a quantidade de luz (energia radiante) absorvida por uma determinada solução).
Lucas demonstra essa preocupação com a região amazônica. “Isso pode ser muito perigoso para os diversos sistemas ambientais que temos na região equatorial, como, por exemplo, a floresta amazônica, que é cheia de biodiversidade, onde a retirada excessiva de ozônio pelas mudanças climáticas pode causar um impacto na biodiversidade. Então, essa é uma grande preocupação organização meteorológica mundial”.
Reportagem: Marice Rocha (Crea-AM)
Edição: Beatriz Craveiro (Confea)
Equipe de Comunicação da 77ª Soea
Fotos: Marice Rocha (Crea-AM)
